Já falamos anteriormente sobre a importância para o processo de aprendizagem da construção de ambientes, sejam eles físicos ou virtuais, que auxiliem na elaboração de um sentimento de pertencimento e bem estar, uma espécie de identificação do aprendiz com o espaço em questão. Não são raros os casos em que conversando com professores, pude ouvir sugestões de atividades muito interessantes. Mas nem sempre estes mesmos professores tem uma noção próxima do contexto de seus alunos em relação a dois elementos que interferem no tempo de execução de uma tarefa em contextos educacionais. O primeiro deles e mais fácil de ser identificado é o tempo que o professor precisa para explicar e desenvolver uma determinada atividade. É o tempo da apresentação, da exposição de idéias, da aula em si com todos os seus pré-requisitos. Quantas vezes preparamos uma atividade sem isso em mente e ao avaliar percebemos que gastamos mais tempo do que imaginávamos para apresentar ou explicar as tarefas? O segundo elemento, mais complexo, porque também demanda mais trabalho do docente, é a percepção do “tempo do aluno”. Será que a atividade que eu estou propondo dentro de um espaço de tempo limitado está de acordo com o tempo que aquele aluno realmente precisa para compreender e assimilar determinados conteúdos? E se não está, o que eu ofereço com o intuito de minimizar essa situação? Algumas propostas que acompanho já trabalham dentro de um contexto onde parte das atividades é pensada para ser realizada em casa. Notem que eu disse “pensada”. Digo isso, pois este movimento é diferente de “faz o resto em casa, porque o tempo da aula acabou”. Uma outra questão interessante quando nos referimos ao tempo do aluno está diretamente relacionada à quantidade de atividades que são repassadas para casa. Observo que muitos pais acreditam que uma boa escola é aquela que manda o aprendiz fazer dúzias de páginas de exercícios em casa, como se ele não tivesse nada melhor para fazer em casa. Então vemos um aluno que passa horas na escola e depois passa mais horas em casa estudando, ou seria decorando? Claro que passamos por fazes em nossa vida onde o lazer, amigos, namoro, etc são deixados um pouco de lado para priorizarmos uma determinada situação, que pode ser a entrada em uma universidade, a finalização de um processo a partir da construção de um trabalho acadêmico ou mesmo aquele período de provas finais no colégio. Lembremos que vivemos em uma sociedade onde é muito comum pensarmos em deixar as coisas para serem feitas depois. E o “depois” é sempre na véspera da prova, horas antes dos prazos fecharem, etc. Criar uma nova cultura baseada na organização pessoal é um elemento essencial quando pensamos no tempo. Fazer com que a criança e o adolescente possam elaborar seus próprios horários de trabalho deveria ser uma preocupação tanto da família quanto da escola. Aprendizes eficientes possuem uma rotina de trabalho baseada em suas próprias necessidades. Possuem metas. E estas metas têm prazos claros para execução. Eles nasceram assim? Até hoje nunca encontre um que dissesse sim. Eles foram incentivados a desenvolver tais comportamentos. Se este tipo de incentivo fosse dado na infância, muitos jovens não apresentariam tantas dificuldades no futuro.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
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