terça-feira, 18 de agosto de 2009

Homenagem a meus mestres

"O professor se liga a eternidade; ele nunca sabe onde cessa a sua influência."
HENRY ADAMS

o tempo da aprendizagem


Um dos fatores mais importantes quando pensamos na relação ensino-aprendizagem é fator temporal. Neste caso nos referimos a uma compreensão de que tarefas de aprendizagem demandam um dado investimento de tempo físico que dentro de certos limites é incompressível. Há circunstâncias que podem tornar os esforços do aprendiz mais ou menos eficientes. No entanto, mesmo quando consideradas, uma dada tarefa exige uma dedicação temporal específica. Ainda mais, sendo variável, há diferença marcante entre o tempo “ideal” ou “teórico” e aquele realmente despendido por um aprendiz específico.
Podemos considerar dois aspectos do fator tempo. Um deles é o período de tempo determinado pelo curso e/ou utilizado pelo aprendiz para cumprir as atividades que lhe são impostas, exercícios programados, avaliações à distância e presenciais, atividades diversas como no caso de estágio e prática de ensino.
O outro se refere ao tempo necessário para assimilação de um determinado conteúdo pelo aprendiz. Neste sentido pensar o fator “tempo” é pensar que todas as atividades desenvolvidas precisam ter uma duração adequada para que um estímulo seja assimilado pelo aprendiz. Assim é que podemos como professores observar muitas vezes que a assimilação do conteúdo se deu em alguns casos em época posterior à entrega da tarefa solicitada.
Uma das grandes dificuldades dos alunos é em primeiro lugar a organização pessoal do tempo em função das necessidades do curso
Um dos elementos que facilitam a organização do aluno é a própria orientação dispensada por pais e professores. Um professor que orienta seus alunos, partilhando com eles um cronograma organizado auxilia no desenvolvimento de estratégias eficazes para a construção do conhecimento.
Outro fator fundamental que pude ver em diversos espaços é a formação de grupos de estudos fora do ambiente da escola, muitas vezes criados por iniciativa dos próprios alunos.
A divisão em grupos é um elemento importante na rotina dos alunos, pois permite segundo minha experiência principalmente a divisão de tarefas. Em termos práticos, o que temos são vários alunos que se dividem em busca de informação relevante nas variadas disciplinas para depois retornar ao grupo.
Considerando que professores e alunos possuem estilos de aprendizagem diferenciados cabe ao docente a identificação e desenvolvimento de atividades segundo o tempo do aluno.
Lembro que é preciso ter um certo equilíbrio entre a atividade proposta e o tempo de execução caso queiramos um resultado satisfatório.
Para alunos, principalmente aqueles que nesta época estão as voltas com vestibulares e outros concursos listo abaixo algumas dicas para um estudo de sucesso relacionadas ao tempo das atividades:
  1. Em primeiro lugar defina o melhor horário para seu estudo. Isso depende do seu estilo cognitivo. Pense comigo: em que parte do dia você é mais produtivo? Alguns alunos gostam de estudar melhor à noite quando tudo parece mais quieto, outros durante o dia.
  2. Tenha disciplina. Não adianta nada querer estudar 200 páginas em um dia se você não está acostumado. Comece com pequenos períodos. 30 minutos, 60 minutos diários. E depois vá gradativamente aumentando segundo as suas necessidades.
  3. Você não precisa deixar de fazer as coisas que gosta. Basta organizar seu horário de estudos. De que adianta estar diante do livro, mas pensando no filme que você queria ver com os alunos? Não divida sua atenção. Monte seu horário de forma a poder ver o filme sim, e depois satisfeito poder dedicar sua atenção exclusivamente aos estudos. Mas lembre-se tudo depende das suas prioridades.
  4. O cérebro precisa de descanso! Não é produtivo na maioria dos casos estudar 2 ou 3 horas direto. No geral, defina espaços para descanso rápido. Aquele momento em que você levanta da cadeira, vai até a cozinha ou banheiro. Movimente-se, respire fundo, mas não esqueça de voltar aos estudos.
  5. Estados motivacionais positivos melhoram a aprendizagem. Se você está de saco cheio, cansado, irritado das duas uma: ou você respira fundo e se acalma ou feche os livros pois é hora de parar. E pare sem remorso. Lembre-se de ajudar seu cérebro para que ele te ajude também.
  6. Não esqueça de manter uma alimentação saudável. Estudar cinco horas e perder o almoço não é legal. Tudo bem que você vai ficar mais magro( rsrrs ), mas seu corpo não vai agüentar.
  7. Lembre-se sempre que toda construção é uma questão de tempo e dedicação. Se você acreditar que pode com certeza conseguirá alcançar o sucesso profissional.

Encontro sobre neuroaprendizagem e neurodidática


Olá Pessoal,
Teremos um encontro no dia 26 de setembro ministrado pela professora Valéria Oliveira(http://www.institutomosaico.xpg.com.br/).
O evento é dedicado ao tema "Neuroaprendizagem e neurodidática" e gostaríamos que vocês participassem. Este encontro que faz parte do curso de neuropedagogia promovido pelo Instituto Mosaico será oferecido como módulo livre com certificado para pessoas que não sejam alunos do curso, mas contará como disciplina cursada para alunos que entrem na próxima que será aberta até o final do ano. O valor é de R$ 100, 00 e nele está incluso o material impresso. Aguardamos a presença de todos.

O curso acontecerá no AUDITÓRIO VILLAS BOAS situado na Av. Presidente Vargas, 446, 17º andar, Grupo 1701 no Centro da cidade do Rio de Janeiro / RJ.

INICIAMOS AS ATIVIDADES às 9h

Qualquer dúvida teremos prazer em sanar. Um grande abraço,
Marcos Antonio Silva - Presidente do Instituto Mosaico

Estamos no endereço http://www.institutomosaico.xpg.com.br/ onde maiores informações sobre os cursos, bem como professores podem ser encontradas em nossa revista eletrônica. Nos próximos dias estaremos atualizando todas as informações. Espero que gostem.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sobre ato de ensinar e o estudo das neurociências



Uma das idéias que sempre reforço com meus alunos, seja no ensino superior ou nos cursos de formação de professores no ensino médio, e a de que nos professores somos o grupo de profissionais que mais trabalha com o cérebro ao mesmo tempo em que somos um dos grupos profissionais que menos compreende o assunto. Infelizmente, um rápido olhar direcionado aos cursos de Pedagogia, as diversas Licenciaturas ou no ensino médio para os cursos de formação de professores nos mostra a carência de disciplinas que tenham como foco as neurociências e seu papel no processo de ensino-aprendizagem. Atualmente, acredito que um profissional da educação ao se deparar com estudos oriundos dos vários campos da neurociência, tem a possibilidade de adquirir uma nova visão acerca da forma como desenvolve suas atividades rotineiras. Saber como funciona o cérebro, como são processadas as informações, que partes são responsáveis por determinadas atividades e como o professor pode auxiliar na ampliação de suas potencialidades são apenas alguns dos elementos que podem e devem ser estudados pelos profissionais da educação. Notem que a idéia aqui não é fazer da neurociência uma chave que abre todas as portas para as soluções dos problemas que a Educação e seus atores, pais e alunos enfrentam hoje. Mas sim perceber que a partir deste estudo podemos sim obter algumas respostas, seja no campo da educação popular com toda a sua diversidade, seja na educação a distância, passando pela educação presencial formal ou mesmo a educação desenvolvida em espaços não escolares. Acredito hoje que a neurociência é uma das ferramentas das quais o professor não pode deixar de carregar em sua caixa.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sem medo da avaliação



Essa é uma história sobre dois professores. O professor "A" e professor "B". O professor "A" e o professor "B" se conhecem pouco mas estão sempre se falando pelos corredores. Tanto um quanto o outro nutrem bons pensamentos em relação ao outro. " O professor "A" é um cara bacana" - pensa consigo o professor "B". "O professor "B" me parece um cara bastante intusiasmado com seu trabalho" - pensa o professor A. Porém, neste clima de paz, algo acontece. Toda vez que o professor "A" entra em sala de aula percebe que a turma é contagiada por uma espécie de aura de alegria, enquanto a simples menção do nome ou do fato de terminar o tempo de aula e por conseguinte aproximar-se o momento do encontro com o professor "B" geram um desconforto enorme na turma, bem diferente da alegria inicial. Como pesquisador o professor "A" fica intrigado com aquela questão. O que poderia levar seus alunos, pessoas que ele conhece aprendeu a conhecer ao longo do semestre a estados tão diferentes de ânimo diante da simples menção dos nomes dos dos professores "A" e "B"? Seria o dominio do conteúdo? Creio que não. O professor "B" é um homem experiente, "doutorando", conhece os clássicos de sua área e sua matéria é especificamente muito interessante. Então o que seria? Como chegar a uma resposta satisfatória sem entrar em uma questão ética? A saída encontrada pelo professor "A" é uma das mais desconfortáveis para o professor muitas vezes: simplesmente, depois de estabeler um clima amigável com a turma estabelecer um diálogo sobre a forma como o professor tem atuado. Por que essa é uma prática que gera desconforto em nós professores? Porque muitas vezes não estamos preparados para a crítica daqueles que consideramos inferiores intelectualmente a nós. Embora tenhamos modificado nosso discurso ao longo das últimas décadas, nossas práticas continuam muitas vezes alicerçadas em práticas tradicionais que pregam a superioridade do professor em relação ao aluno. Bom, ao perguntar para a turma sobre como estes percebem a forma como ele trabalha os diversos conteúdos abordados, o professor "A", consegue perceber em parte os diversos elementos que fazem a turma oscilar entre a alegria e a tristeza em questão de segundos a menor menção do nome destes dois professores. Alguns dos elementos citados pelos alunos em relação ao trabalho do professor "A":
" O professor "A" fala na "nossa" linguagem"
" O professor "A" se preocupa com os alunos que não estão compreendendo a matéria"
" O professor "A" sempre tem uma palavra motivadora para a turma"
" O professor "A" sabe fazer a gente rir enquanto aprende sobre os temas"
" O professor "A" sabe aproximar o tema da nossa realidade"
Então comecei a refletir sobre a importância de perdemos o medo ou a nossa arrogância em relação esse outro que se encontra dividindo o mesmo espaço que o nosso que chamamos aluno. Muitas vezes acreditamos que estamos "arrasando" na aula, quando a única coisa que fazemos e desestimular nossos alunos. Porque uso a palavra "desestimular" aqui? Porque a cada encontro o aluno sai com a sensação de que ele é um "burro" ou que a tal materia do professor "B" é realmente muito complicada a ponto dele precisar de anos e anos para começar a compreender. Essa prática nos leva a tentar compreender como criar um ambiente agradável onde o aluno possa sentir-se a vontade para expor não apenas suas opiniões, mas também criticar o professor. E isso é um grande exercício de humildade.

terça-feira, 2 de junho de 2009

CURSO DE NEUROPEDAGOGIA DO INSTITUTO MOSAICO



OLá Pessoal
Tenho tido pouco tempo para atualizar o blog. Mas em breve teremos muitas novidades. Enquanto isso, estou divulgando o curso de Neuropedagogia que será realizado de junho a dezembro de 2009. Abaixo maiores informações. Qualquer dúvida é so entrar em contato. Um grande abraço,


Marcos Antonio Silva - presidente do Instituto Mosaico

A primeira aula será no dia 27 de junho (sabado) às 8h. Estaremos entrando em contato com todos 15 dias antes para maiores detalhes. Abaixo a grade do curso:
Serão seis encontros de Junho a Dez, sempre no último sábado do mês, com exceção de dezembro que será no dia 12. A mensalidade é de 100 reais. Não há taxa de matrícula. Ao final do curso vocês receberão certificado de curso de aperfeiçoamento. O que propomos no curso é parte da filosofia da nossa equipe de trabalho que acredita que na sociedade atual o professor precisa cada vez mais compreender como o cérebro funciona para poder realmente compreender como pode auxiliar seu aluno durante o processo de ensino-aprendizagem. Quanto aos assunto abordados nos encontros você pode ver em nossa proposta curricular abaixo:



Módulo 1: Neuroanatomia e neurofisiologia funcionais


Modulo 2: Neuroaprendizagem e neurodidática


Modulo 3: Dificuldades de aprendizagem


Modulo 4: metodologia de aprendizagem integral


Modulo 5: seminários temáticos


Estamos no endereço http://www.institutomosaico.xpg.com.br/ onde maiores informações sobre os cursos, bem como professores podem ser encontradas em nossa revista eletrônica. A inscrição on line é apenas para confirmar sua vaga. O pagamento da mensalidade será efetuado no dia do primeiro encontro. Também temos desconto de 10% para grupos de 3 com no mínimo pessoas. Caso confirme inscrição nos responda nesta mesma mensagem acrescentando os seguintes dados.
nome completo


escola de origem


telefone e e-mail de contato
Qualquer dúvida teremos prazer em sanar.


Um grande abraço,Equipe do Instituto Mosaico

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Novo Site do INSTITUTO MOSAICO


É com muita satisfação que inauguramos o novo site do INSTITUTO MOSAICO http://www.institutomosaico.xpg.com.br/


Ainda temos alguns itens para melhorar, mas gostaria que dessem uma olhada. Acessem a nossa revista eletrônica e agenda de cursos. Todas as opiniões serão muito bem aceitas. Agradeço aqui a todos os nossos colaboradores, amigos e parceiros. Um enorme abraço para todos

AGENDA DO INSTITUTO MOSAICO JUNHO 2009

Curso de Aperfeiçoamento em Neuropedagogia

Público-Alvo: Pedagogos e outros profissionais graduados em Educação e Saúde.Período: De junho a dezembro de 2009

Aulas: mensais aos sábados - Investimento: 6 parcelas de 100,00 reais cada


Curso de Aperfeiçoamento em Neuropsicologia

Público-Alvo: Psicólogos, Psicopedagogos, Psicanálistas, Fonoaudiólogos e Terapeutas Ocupacioniais.

Período: De junho de 2009 a fevereiro de 2010

Aulas: Mensais aos Sábados - Investimento: 8 parcelas de 120,00 reais

Curso de Formação em Psicanálise Educação e Saúde Mental

Público-Alvo: Psicanálistas, Psicólogos, Psicopedagogos e outros profissionais das áreas de Educação e Saúde.

Período: Junho 2009 a junho de 2010

Aulas: Sábados mensais - Carga horária de 180 horas, dividas em 12 módulos e atividades de pesquisa.

Investimento: 12 parcelas de 150 reais

Curso de Formação Profissional em Psicanálise Clíníca

Público-Alvo: Médicos, Psiquiatras, Psicologos, Filósofos, Assistentes Sociais, Pedagogos e outros profissionais graduados nas áreas de educação e saúde.

Investimento: mensalidade 200,00 reais

Duração: 30 meses com aulas mensais.

Instituto Mosaico em convênio com IBRAPCHS - Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica Ciências Humanas e Saúde

Corpo Docente formados por especialistas, mestres e doutores.

Todos os cursos sem taxa de inscrição. Desconto de 10% para grupos.

OBS: Inscrições até 31 de maio de 2009.

Os cursos serão ministrados no Auditório Villas Boas, no centro do Rio do Janeiro.

Para maiores informações envie seu e-mail e receba a grade dos nossos cursos.

E-mail: institutomosaico@yahoo.com.br

Ou entre diretamente em contato com a equipe de coordenação:
Marcos Antonio 8504-9935
Valéria Oliveira 2581-7016 – 7666-6252

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ciência cognitiva


Ciência cognitiva é o estudo interdisciplinar da mente e da inteligência, abrangendo áreas como a psicologia, inteligência artificial, neurociência, lingüística, e antropologia. Suas origens intelectuais datam dos meados da década de 50 quando investigadores em vários campos começaram a desenvolver teorias de mente baseados em representações complexas e simulações computacionais. Na década de 70, organizações começaram a se mobilizar, formando a Sociedade de Ciência Cognitiva e o Cognitive Science Journal. Desde então, mais de sessenta universidades nos EUA e na Europa estabeleceram programas de ciência cognitiva e muitas outras instituíram cursos em ciência cognitiva. Tentativas para se entender a mente e seu funcionamento iniciaram, pelo que se tem notícia, com os gregos antigos, quando os filósofos Platão e Aristóteles tentaram explicar a natureza do conhecimento humano. O estudo da mente permaneceu no campo da filosofia até o século 19, ocasião em que a psicologia experimental desenvolveu-se. Wilhelm Wundt, médico alemão, foi sua maior expressão. Wundt considerava mente e corpo sistemas distintos e independentes, podendo-se estudá-los por métodos de laboratório. Em poucas décadas, porém, a psicologia experimental foi dominada pelo behaviorismo, a escola que virtualmente negou a existência de mente. De acordo com behavioristas como J. B. Watson, seu fundador, a psicologia deveria se restringir a examinar a relação entre estímulos observávéis e respostas de comportamento. Questões relacionadas a consciência e representações mentais foi banida das discussões científicas. O mentalismo e o introspeccionismo assumiram a caracterização bahaviorista de Watson. Especialmente nos EUA, o behaviorismo prevaleceu na década de 50. Por volta de 1956, o cenário intelectual começou a mudar dramaticamente. George Miller, considerado um dos criadores da ciência cognitiva moderna, em numerosos estudos mostrou que a capacidade de pensamento humano é limitada. Ele estabeleceu que a consciência pode manejar sete mais ou menos dois "segmentos" de informação ao mesmo tempo. Nessa época, pesquisadores John McCarthy, Marvin Minsky, Allen Newell, e Herbert Simon estavam fundando o campo da inteligência artificial. Com a união do modelo matemático de MacCulloc e Pitts (1943) e da teoria de aprendizado de Donald Hebb (1949), foi possível nos anos 50 a criação do modelo de rede neural artificial chamado Perceptron. Na década de 30, com os trabalhos de Turing já se mostrava a possível natureza computacional dos processos mentais. Nos anos 50, com a construção de programas de computadores capazes de provar teoremas matemáticos, a escola behaviorista foi cada vez mais sendo negada, dando lugar a uma nova teoria geral da mente, a chamada ciência cognitiva.A ciência cognitiva compreende a unificação de diversas teorias, embora haja peculiaridades de métodos de experimentação entre investigadores nos diversos campos que se prestam a estudar mente e inteligência:
1. a psicologia, uma vez que estuda a simbologia mental;
2. a lingüística, porque estuda os processos responsáveis pelo fenômeno da linguagem;
3. as neurociências, cujo domínio de estudo é o cérebro, órgão responsável pelo processamento sensorio-motor em sistemas biológicos;
4. a antropologia, porque estuda a ontologia humana;
5. a filosofia, domínio da lógica e da teoria do conhecimento;
6. a inteligência artificial, porque estuda a criação de autômatos.


PSICOLOGIA

Embora os psicólogos cognitivos se ocupam comumente em modelagem computacional, o método primário de experimentação se encontra em participantes humanos. Pessoas, normalmente estudantes universitários, submetem-se a experimentação em laboratório sob diferentes tarefas cognitivas em condições controladas. Como exemplos, pode-se citar os erros comumente cometidos em raciocínio dedutivo, a elaboração e aplicação de conceitos, a velocidade com que as pessoas pensam com imagens mentais, bem como o desempenho na resolução de problemas que usam analogias. Conclusões sobre como a mente funciona não devem estar baseadas no “bom senso” e introspecção, uma vez que podem forncecer uma idéia enganosa das operações mentais, muitos das quais não estão acessíveis conscientemente. Para a elaboração de perguntas cruciais sobre a natureza de mente, as experiências psicológicas precisavam ser interpretadas dentro de um modelo teórico que postulava representações e procedimentos mentais. Uma das melhores maneiras de desenvolver esse modelo teórico foi por meio de modelos computacional análogos aos operadores mentais. Criação, desenvolvimento e experimentação utilizando modelos computacionais da mente é o método central do campo da Inteligência Artificial, uma aproximação importante para o desenvolvimento da psicologia experimental.


LINGÜÍSTICA

Os línguistas também se servem de recursos computacionais para o estudo da linguagem e suas atribuições. Entretanto, muitos ainda utilizam abordagens clássicas com as de Noam Chomsky. Ele desenvolveu um modelo formal de linguagem, conhecida como gramática transformacional. Sua tarefa principal era identificar princípios gramaticais que provêem a estrutura básica de idiomas humanos. Essa identificação ocorre por meio de observções de diferenças sutis entre expressões vocais gramaticais. O modelo de Chomsky foi reconhecidamente dominante nas décadas de 60 a 80 e desfruta ainda de elevada consideração em alguns círculos de lingüistas. Steven Pinker tem se ocupado em clarificar e simplificar as idéias de Chomsky com muito mais significância para o estudo da linguagem em geral.


NEUROCIÊNCIA

Neurociência é o campo de estudo que trata da estrutura, função, desenvolvimento, genética, bioquímica, fisiologia, farmacologia e patologia do sistema nervoso. O estudo do comportamento e do aprendizado também é uma divisão da Neurociência. Por meio de experimentação animal, investigadores podem inserir elétrodos em áreas específicas do cérebro e registrar a atividade elétrica de um a vários neurônios (populações de células). Com o desenvolvimento de ferramentas de neuroimagem não-invasivas como Ressônância Magnética, Tomografia por emissão de pósitrons (PET) foi possível o mapeamento de funções cerebrais em tempo real o que contribui de forma substancial para o esclarecimento de uma série de funções cognitivas como memória, pensamento e linguagem. Durante tarefas cognitivas aplicadas a pessoas foi possível identificar “on line” áreas do cérebro envolvidas em processamento de cálculo, interpretação de palavras e de sons, etc. Evidências adicionais sobre como o cérebro funciona podem ser encontradas observando-se pessoas cujos cérebros foram lesados em áreas específicas como a da fala e da área motaora. Como na psicologia cognitiva, a neurociência utiliza freqüentemente modelos teóricos computacionais que simulam o funcionamento de de uma rede ou até mesmo de um neurônio.


ANTROPOLOGIA

A Antropologia cognitiva amplia o horizonte de estudos do pensamento humano de uma forma bastante peculiar. Busca entender as variações de pensamento e manifestações comportamentais em diferentes culturas. O estudo de mente não deveria ser restringido, por exemplo, a simplesmente entender como os nativos da língua inglesa pensam mas deveria considerar possíveis diferenças no modo de pensar em diversas culturas e suas formas de manifestacão.


FILOSOFIA

Com algumas poucas exceções, filósofos geralmente não realizam observações empíricas sistemáticas ou utilizam modelos computacionais para estudar a mente. A filosofia da mente, área que se presta para tal, é hoje uma das de maior debate na filosofia. René Descartes foi o iniciador de uma das principais abordagens na filosofia da mente ao propor sua teoria sobre o dualismo corpo mente. Por tratar de questões fundamentais que permeiam as abordagens experimentais e computacionais da mente, a Filosofia da Mente fornece grandes contribuições ao campo da ciência cognitiva. Questões abstratas como a natureza da representação mental e os processos de computação cerebral não estão incluídos na prática experimental cotidiana da psicologia ou da inteligência artificial, mas elas surgem inevitavelmente quando os investigadores pensam profundamente nas perguntas científicas a que se propusaram pesquisar.
Em sua mais simples expressão, ciência cognitiva é só a soma dos campos acima mencionados. Entretanto, o trabalho interdisciplinar se torna mais interessante quando há convergência teórica e experimental dessas diversas áreas em torno da natureza da mente.


Para ler mais...


[No authors listed] In search of self.Nat Neurosci. 2002 Nov;5(11):1099.
Arzy S, Idel M, Landis T, Blanke O. Why revelations have occurred on mountains? Linking mystical experiences and cognitive neuroscience. Med Hypotheses. 2005;65(5):841-5.
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Texto retirado de http://www.neurolab.com.br/computing_cog.php



alimentando o cérebro


Consideremos o tema da alimentação. Atualmente, acho difícil encontrar algum especialista ou mesmo leigo que seja contra a idéia bastante difundida de que uma alimentação saudável auxilia no desenvolvimento da função regenerativa do corpo humano. Mesmo antes das pesquisas científicas comprovarem ou não, podemos identificar inúmeras receitas de chás, sucos e remédios populares elaborados a partir dos mais variados ingredientes.
Em todo mundo é possível perceber, seja pela difusão de notícias, seja pelo aumento das publicações do gênero, de um considerável aumento no interesse por esse tipo de pesquisa. Nutricionistas, médicos e leigos do mundo todo tem partilhado informações referentes à forma como determinados alimentos auxiliam no funcionamento do corpo humano. Como o nosso tema principal é o funcionamento do cérebro, nesta postagem falaremos um pouco sobre algumas descobertas ligadas ao tema da alimentação para um cérebro saudável.
Sabemos que ao nascer o cérebro humano é como uma esponja que absorve todo tipo de estímulo apresentado ao seu redor. Estes estímulos auxiliam na criação e desenvolvimento de complexas redes neurais. Com o passar dos anos e dependendo do tipo de vida que levamos, vemos cada vez mais reduzida a capacidade de funcionamento do corpo.
Hábitos simples, como exercícios físicos e mentais podem minimizar ou mesmo reverter em alguns casos os efeitos do desgaste causado pela maturidade do corpo humano. Mas a cada dia o agente nutricional tem ganhado mais espaço neste debate. Diversas pesquisas tem sido realizadas sobre a função dos alimentos no estímulo da memória, da criatividade, do bom humos e da inteligência.

Pesquisas no Canadá, EUA, entre outros países apontam para uma possível associação entre a falta de nutrientes relacionados ao aparecimento de determinadas doenças como o mal de Parkinson e Alzheimer. Estes pesquisadores crêem que a insuficiência de nutrientes pode ser a causa de alguns distúrbios cerebrais e comportamentais. O que sabemos é que a falta de certos nutrientes no cérebro tem efeitos sobre a capacidade cognitiva do indivíduo e ainda podem gerar doenças que degeneram os neurotransmissores, contribuindo para o surgimento de estados depressivos, por exemplo. Sem contar os efeitos diretos nos processos de aprendizagem e memorização.

Sobre nutrientes

Mantenha uma alimentação saudável:

Ácidos graxos ômega-3, vitaminas B6, B12 e ácido fólico são alguns dos nutrientes com função reparadora e preventiva das células neurológicas.

Vitaminas E, C ou selênio, encontradas principalmente em alimentos de origem vegetal, possuem propriedades mais combativas dos radicais livres que reduzem a velocidade com que nossos neurônios produzem energia, comprometendo sua atuação.

Mas nada de ficar só comendo grãos. Especialistas enfatizam que uma dieta balanceada é a melhor maneira de equilibrar as necessidades químicas que o corpo possui para um bom funcionamento.

Algumas fontes importantes:

Leite: fonte de triptofano, um aminoácido. Consumido em conjunto com certos carboidratos, como, por exemplo, cereais ou pão integral, contribui para o aumento da serotonina. A serotonina é uma substância relacionada às alterações emocionais e um importante neurotransmissor que agiliza os processos cerebrais. Essa combinação de aminoácidos associada com carboidratos leves auxilia no alívio de dores e melhora o sono segundo alguns especialistas, quando utilizado pouco antes de dormir. Já o leite materno dentre as muitas qualidades, beneficia o desenvolvimento da cognição na infância, pela quantidade de ômega-3 e a duração de seus benefícios estende-se por toda a vida.

Frutas vermelhas: cerejas, morangos, melancia são bons exemplos. Auxiliam na manutenção da memória. Atuam diretamente no combate aos radicais livres, equilibrando e ampliando o potencial das funções mentais.

Vegetais verde-escuros: fonte de ácido fólico. Essa substância auxilia no funcionamento eficaz dos neurotransmissores. Como exemplos temos os brócolis, espinafre. Mas também encontramo-lo em feijões e carnes magras.

Peixes: Atum,, cavalinha, sardinha, salmão. São apenas alguns exemplos onde podemos encontrar uma carne rica em ômega-3. Essa substância é um óleo que age na membrana celular, dando a ela maior fluidez, o que facilita a comunicação entre neurotransmissores,, combatendo por exemplo a depressão em alguns casos. Outro alimento muito rico em ômega-3 é a linhaça.

Fibras: encontrados em alimentos integrais, frutas, levedo de cerveja e em nozes por exemplo. Em linhas gerais, estes alimentos auxiliam na saúde intestinal. Promovem uma melhor absorção dos nutrientes, dessa forma também cooperando para o funcionamento do cérebro.

Ovos: Assim como alguns legumes, os ovos são ricos em colina, um aminoácido, cuja deficiência está associada a doenças como o mal de Alzheimer. Mas não podemos esquecer que é preciso consumir ovos em quantidades regradas. Também facilita a produção de acetilcolina, importante para o bom funcionamento da memória.

Frutas e legumes amarelos: abóbora, cenoura, mamão, manga e pêssego, são alguns dos exemplos de alimentos que combatem o envelhecimento celular. Tudo isso graças às propriedades antioxidantes destes alimentos. A banana por sua vez contém vitamina B6 que também age na formação da serotonina.

Oleaginosas: castanhas, nozes, avelãs, amendoins são exemplos de vegetais óleos e gorduras utilizados pelo corpo como potentes antioxidantes. Além disso, contem ácido linolênico, rico em selênio e vitamina E.

Chás: o manganês, presente em muitos dos chás mais comuns e um mineral que constitui várias das enzimas encontradas em nosso corpo. Funcionam como antioxidantes, envolvem-se nos processos de metabolismo energético, tireóide e controle da glicose sangüínea.

Então boa alimentação!!!

Pensamento do dia


"Pense no cérebro como um trabalho em andamento, que se inicia no seu nascimento e continua até o dia da sua morte. A todo momento, você o modifica com suas atividades e pensamentos."


Dr. Richard Restak, M.D.

sábado, 31 de janeiro de 2009

vida e maestria

O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente.
texto budista

Hemisférios do cérebro disputam neurônios.

Getty Images


Assim como a maioria dos animais, os seres humanos possuem um desequilíbrio no cérebro, sendo um dos lados mais ativo que o outro. Esta assimetria no funcionamento cerebral varia de pessoa para pessoa e pode ter causas hereditárias ou estar relacionado à atividade comportamental do indivíduo. As informações são do site Live Science.
Cientistas britânicos, autores da descoberta, afirmam que os neurônios, as células cerebrais, migram a distâncias longas entre um hemisfério e o outro, reforçando o lado mais "utilizado".
Segundo os pesquisadores, os hemisférios "brigariam" entre si para disputar os neurônios, o que geraria esse desequilíbrio. A batalha para atrair as células nervosas de um lado para outro seria regida por uma proteína denominada Fgf8. Ela seria responsável por atuar como um imã que estimularia a migração dos neurônios.
"O resultado aponta o porquê das diferenças nos tipos de neurônios do lado esquerdo e do direito do cérebro e quais exatamente suas ligações", disse o Stephen Wilson, professor da Universidade de Londres e um dos autores da pesquisa, publicada recentemente na revista Neuron.

Luta desleal

Como ambos os lados do cérebro contêm a proteína Fgf8, eles fazem uma espécie de "cabo-de-guerra" para atrair a maior quantidade de neurônios para si. Mas a luta seria injusta, pois o lado esquerdo do cérebro produziria maior quantidade desta proteína de atração.
A proteína Nodal seria a responsável pela "vitória" do hemisfério esquerdo na briga pelos neurônios. Presente do lado esquerdo, quando entra em contato com a proteína Fgf8, a combinação das duas provoca conexões que aceleram o desenvolvimento do hemisfério esquerdo, situação que poderia ajudar a defender a hipótese de que pessoas canhotas são mais inteligentes.

Diferenças humanas

Realizados com embriões de peixes, os testes não pretendiam explicar as razões do desenvolvimento de canhotos e destros, mas apenas buscavam traçar uma nova linha de investigação sobre o funcionamento cerebral nos dois hemisférios.
"A assimetria cerebral é muito mais complexa do que uma simples equação que explique a diferença entre esquerda e direita", declarou Wilson. "Quase todas as pessoas que escrevem com a mão direita processam a linguagem do lado esquerdo, assim como podem concentrar certas capacidades o do lado direito. Isto sugere que, embora não preferencialmente, certas habilidades podem ser desenvolvidas nos dois lados do cérebro, da mesma maneira como podem se processar separadamente", complementa.
Exemplo dessa equivalência seria o caso de pessoas que jogam bola com a perna direita, mas escrevem com a mão esquerda. "Algumas dessas assimetrias podem ser determinada geneticamente, assim como, às vezes, podem ser reforçadas através de hábitos de comportamento. Em outros casos, ainda, trata-se de uma capacidade aleatória do cérebro", explicou Wilson.

Equilíbrio natural

Em alguns casos, a atividade cerebral não predomina em apenas um dos hemisférios. O cérebro seria responsável por compartimentar-se automaticamente para maximizar a eficiência.
"Essa assimetria é essencial para a função cerebral, pois permite que os dois lados do cérebro sejam preparados para serem ativados, aumentando a sua capacidade de transformação e evitando situações de conflito entre os dois hemisférios", conclui Wilson.

Primeiros passos rumo ao cérebro sintético

©Yannis Ntousiopoulos/shutterstock



É difícil acreditar que algum dia alguém será capaz de construir um cérebro 100% sintético, mas cientistas americanos já começaram a dar os primeiros passos em direção a este distante objetivo. A idéia é fazer uma réplica funcional do órgão humano toda em nanotubos de carbono.“Nesse momento ainda não sabemos se isso será possível. Estamos avaliando a viabilidade”, diz a engenheira Alice Parker, da Universidade da Califórnia do Sul. Os desafios são colossais, mas não impediram a pesquisadora de conseguir um financiamento de cerca de 350 mil dólares da National Science Foundation, a principal agência de fomento à pesquisa dos Estados Unidos.Por enquanto os cientistas estão trabalhando com modelagem matemática e construindo pequenos arranjos de neurônios artificiais para tentar simular a plasticidade do cérebro humano, isto é, a capacidade de aprender e se adaptar a mudanças. Supondo que tudo dê certo, eles calculam que só por volta de 2022 seria possível construir, com a tecnologia atual, um protótipo simplificado de cérebro inteiro com 100 bilhões de neurônios – o que exigiria um espaço físico imenso. Outro problema já antevisto é o fornecimento de energia, já que, além de consumi-la em grande quantidade, o cérebro nunca desliga.Apesar de tudo, os pesquisadores vêem aí uma oportunidade para explorar as propriedades dos nanotubos de carbono nas neurociências. Segundo eles, esse é o material ideal para replicar o funcionamento cerebral, já que sua estrutura tridimensional permite conectividade em todas as direções. Além disso, é menos provável que uma prótese feita de carbono cause rejeição pelo organismo. Segundo Parker, por ora só há possibilidades, mas podem surgir novas descobertas e tecnologias nos próximos anos que encurtem esse caminho.


30 de janeiro de 2009 in viver mente e cérebro http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/primeiros_passos_rumo_ao_cerebro_sintetico.html