quarta-feira, 25 de agosto de 2010

SOBRE ESQUEMAS E RESUMOS

modelo geral de esquemas(imagem obtida na web)




Conforme combinado neste post falarei um pouco sobre duas estratégias de aprendizagem que levadas a sério facilitam muito a vida de estudantes de qualquer nível. As duas técnicas de hoje são o resumo e o esquema. Duas palavras que todo aluno já deve ter ouvido, embora a grande maioria (tomando a minha experiência como professor em diversos níveis) tenha uma grande dificuldade em dizer o que realmente estas duas ferramentas significam.

O esquema ou mapa conceitual é um trabalho elaborado com as idéias fundamentais de um tema ordenadas de forma lógica. Dessa forma, podemos perceber que esta ferramenta não deve ser usada na primeira leitura do texto. Um dos elementos que torna o esquema tão atrativo centra-se no fato que este facilita as operações metais de análise e síntese.

Ao trabalharmos nossos esquemas exercitamos nossa capacidade de compreensão, observação, identificação da estrutura lógica de escrita contida em um determinado texto ou autor bem como nos auxilia no desenvolvimento da memória ao facilitar a fixação, retenção e evocação de conteúdos.

Mas como elaborar um bom esquema? Uma dica simples é a separação de idéias em parágrafos diferentes mantendo sempre uma ordem lógica, clara e mais importante: breve. Muitos alunos por falta de exercício, às vezes escrevem mais páginas que o autor original e acham que estão escrevendo um esquema eficiente. Lembrando: esquemas representam antes de qualquer coisa uma redução futura de material a ser lido e não o contrário.

Esquemas podem ser construídos e utilizados tanto de forma individual como em forma de exercício em grupo representando uma negociação de sentidos sobre um determinado tema.

E uma forma geral um esquema pode ser construído observando a seguinte seqüência:

 Apresenta-se a idéia geral.
 A idéia geral apresenta-se em idéias centrais.
 As idéias centrais dividem-se em idéias secundárias.
 Por últimos podemos acrescentar detalhes e matizes.


Lembrando que diferente do resumo, o esquema é uma representação gráfica que se utiliza de idéias apresentadas de forma hierarquizada e geralmente em tópicos.


Já o resumo, é uma forma de condensação seletiva de um texto. Pode conter anotações e impressões do aluno ou simplesmente reunir em forma de texto as idéias principais do autor. Uma vez que o resumo é algo que em tese pressupõe muito mais trabalho intelectual do aluno pelo fato ser construído com as palavras do mesmo, uma ferramenta que ajuda muito na sua construção é o esquema. O resumo auxilia o aluno a transformar a informação em conhecimento, por fazer com que ele seja obrigado a escrever sobre um tema com suas próprias palavras.

Uma dica importante: em ambos os casos, esquemas e resumos, a produção do aluno na o deve ser superior a 25% do texto original. Espero que tenham gostado. Sugestões são muito bem vindas. Um abraço!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobre praticas eficientes de estudo



Um dos elementos mais paradoxais em relação as minha experiência como docente ou aluno refere-se ao fato que a maior parte das pessoas com quem cruzei nas últimas décadas (incluindo eu mesmo durante muito tempo) praticavam e na grande maioria ainda praticam modelos de estudo completamente ineficazes, perdendo muitas vezes, tempo, dinheiro, horas de sono e boas oportunidades pelo simples fato de não conseguirem organizar sua vida acadêmica. Eu mesmo já fui vítima da falta de organização e compreensão do que cada ferramenta de estudo (resumos, fichamentos, tipo de leitura, etc), tem por objetivo acrescentar a qualidade do meu processo de aprendizagem. Dessa forma, aceitando sugestões de alunos pretendo ao longo das próximas semanas dedicar algum tempo ao exercício de esclarecimento acerca de ferramentas e praticas eficientes de estudo. Espero que gostem. Dessa forma, o próximo post será dedicado as diferenças entre esquema e resumo.

Estilos de aprendizagem e a questão dos nativos digitais


Quando entramos em um ambiente de aprendizagem os primeiros minutos que antecedem o início da aula representam um rico momento que denomino “zona de troca de expectativas”. Nestes minutos iniciais professores e alunos trocam impressões às vezes de forma silenciosa com olhares e gestos, às vezes a partir de ruídos quase imperceptíveis. Em outros momentos dependendo da situação de forma explicita como uma forma de marcar um território. Neste momento o que está em jogo é a nossa capacidade de observar o outro e comparar estas observações com nossas experiências passadas tentando responder a perguntas como “ como será a aula deste cara?” “ será que está é uma turma boa?”. “será que a prova dele é muito cascuda?” “será que este povo gosta de ler?”. Enfim, muitas outras perguntas são formuladas antes do início da aula. De certa forma, um professor bem treinado pode nestes minutos iniciais e ao longo do encontro identificar uma série de elementos que permitem identificar com uma certa segurança os estilos de aprendizagem de seus alunos e dessa forma direcionar de uma forma mais eficaz sua metodologia de apresentação dos conteúdos. Mas o que é um estilo de aprendizagem?
Um estilo de aprendizagem representa a maneira como cada pessoa processa, absorve e retém informações utilizando algum canal de entrada representado pelos sentidos da audição, olfato, tato, visão, paladar.
Ao estudarmos as teorias relacionadas aos estilos cognitivos percebemos que o elemento que une todas é a idéia de que as pessoas são diferentes. E por serem diferentes aprendem de formas diferentes.
Ao mesmo tempo, para nós professores essa informação representa um enorme desafio relacionado tanto ao planejamento quanto a forma como executamos nossas atividades em sala de aula.
Alguns autores, em especial Marc Prensky(2001) tem chamado a atenção por conta da elaboração de conceitos relacionados as pessoas oriundas das gerações posteriores a década de 70. No caso em questão refiro-me aos conceitos de nativos e imigrantes digitais de Prensky. Pensemos na geração atual. Os nativos digitais são exatamente estas pessoas que já nasceram na era da tecnologia, enquanto imigrantes digitais são aqueles que nasceram na era analógica, tendo apenas migrado para o mundo digital na fase adulta. Em termos gerais me parece bastante razoável pensarmos que estes dois grupos pensam e processam a informação de formas diferenciadas. Claro que há também uma geração intermediária marcada por pessoas que acompanharam com um certo grau de experimentação as diversas evoluções tecnológicas em diversos setores. Para exemplificarmos esta questão basta considerar o ato de jogar vídeo game. Meu pai cresceu com jogos que não necessitavam de tecnologias mais sofisticadas ou mesmo muitas nem mesmo eletricidade. Eu cresci acompanhando a evolução do vídeo game: passando por nomes como Atari, Máster Sistem, Phanton Sistem, Nintendo, Super Nintendo, Mega Drive, Playstation, Playstation 2, Wii, XBOX360, Playstation 3, etc. Minha filha já nasce em um contexto tecnológico que nos permite ver cinema em 3d, termos um MP20, um IPAD, Jogos em blueray com a mais alta definição. Em termos de recursos as diferenças são gritantes. Mas não pretendo me alongar nesta temática pelo menos por enquanto. Penso que inicialmente podemos dizer que o professor tem um papel fundamental dividido em dois movimentos referentes à qualidade da aprendizagem de seus alunos. O primeiro deles é a identificação do canal preferencial do aluno: se ele é mais auditivo, visual, sinestésico, etc. Segundo, propiciar elementos para que o mesmo possa de posse destas informações de mais controle sobre seus próprios processos de aprendizagem elevando seu grau de autonomia em relação à figura do docente. Claro que todas estas mudanças resultam tanto em domínio de conteúdo quanto uma abertura maior para as necessidades do aluno. Començando pela necessidade de compreender as múltiplas formas pelas quais uma informação pode transforma-se em conhecimento.




domingo, 8 de agosto de 2010

Metacognição e Aprendizagem - Uma Ferramenta Eficaz Para o Desenvolvimento da Aprendizagem


http://www.youtube.com/watch?v=GxdJiGwsiwo




Uma explicação sobre o conceito de metacognição feita pelo professor Mauricio Abreu Pinto Peixoto , meu orientador de Mestrado no NUTES da UFRJ.

APRENDIZAGEM E METACOGNIÇÃO NO ENSINO DE METODOLOGIA CIENTÍFICA



Meu mais novo artigo publicado na Revista Ensaio da UFMG
É necessário construir novas metodologias que auxiliem o aprendiz na percepção de seus processos de aprendizagem. Relatou-se o uso de estratégias metacognitivas para ensinar método científico a 23 estudantes de pós-graduação. Baseado na abordagem construtivista utilizou-se técnicas de mobilização para promover o conflito cognitivo entre as crenças dos alunos sobre o pensar científico e tarefas simuladas durante um curso de metodologia científica. Diários de campo foram usados para favorecer no estudante a consciência dos seus processos de aprendizagem e como ferramenta de observação das diferenças individuais na recepção das informações e possíveis transferências. Concluiu-se que os relatos permitiram observar efeitos abrangentes no comportamento e no pensar dos estudantes.




Link para para artigo completo em :